Lei de Cotas: bem ou mal?
"Acho que a Lei de Cotas é um bem. Por meio
dela muitos deficientes tiveram a oportunidade
de complementar seus estudos, ingressar no
mercado de trabalho e mostrar sua competência.
Desde criança, em consequência do glaucoma e
pela necessidade de realizar constantes cirurgias
(18 ao todo, entre meus seis e vinte anos), não tive
oportunidade de cursar o ensino regular e, acredito,
devem existir muitos outros casos semelhantes. Em
2007, com 36 anos, cursei o ensino fundamental no
Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de
Serviços de Saúde de São Paulo (Sinsaudesp), em
um projeto iniciado para cumprimento da Lei de
Cotas nos hospitais. Em 2009, pude participar de
um programa semelhante na Federação Brasileira de
Bancos (Febraban), onde concluí o ensino médio.
Paralelamente, realizei vários cursos de capacitação
na ADEVA (informática, relacionamento interpessoal,
atendimento ao cliente, postura profissional e como
ministrar palestras), que atualmente me ajudam no
desenvolvimento das minhas tarefas profissionais.
A Lei de Cotas veio abrir as portas das empresas
para as pessoas com deficiência. Não devemos,
no entanto, nos acomodar com essa situação,
mas, sim, buscar o crescimento profissional, com
dedicação e esforço diário, mostrando que valeu
a pena o investimento feito pelas empresas. Para
obter sucesso, é necessário que cada um faça a sua
parte. Os empresários contratam e as pessoas com
deficiência mostram que podem fazer a diferença.”
Leila Alexandrino Batista (40)
atua como assistente administrativo no Itaú Unibanco.
Fonte: Revista Adeva Nº 57 - out./nov./dez. de 2011 - ANO XII Associação de Deficientes Visuais e Amigos
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