Muito boa essa matéria da Revista Escola, quantas vezes ficamos angustiadas quando precisamos dar atenção aqueles que ainda não concluíram a atividade, enquanto os mais rapidinhos terminaram a algum tempo e já estão impacientes tumultando a sala. Não é culpa deles, pois sabemos que crianças precisam de ocupação e além de ocupação, precisam de desafios para não transformar o tédio numa válvula de escape para a indisciplina.
Deixá-las simplesmente esperando ou apressar o restante da turma não é a solução. Conheça propostas inteligentes para entreter a garotada sem atrapalhar a rotina
ATIVIDADES PARALELAS Na EMEB Olavo Bilac, em São Bernardo do Campo, quem termina a atividade primeiro (à direita) tem livros e jogos para ler e brincar enquanto espera os colegas que ainda estão trabalhando com o auxílio da educadora (à esquerda).
Pedir que as crianças esperem os colegas terminar o que estão fazendo não é uma opção (embora muitas sejam submetidas a isso na Educação Infantil). "Se não têm o que fazer, elas ficam entediadas e atrapalham os demais. A situação foge do controle", explica Maria Carmen Barbosa, docente da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
As atividades de transição (ou de passagem) são válidas não só para organizar o tempo como também para as crianças aprenderem a esperar e respeitar o ritmo dos outros. Ambas as habilidades devem ser construídas aos poucos, tendo sempre você como mediador. Na EMEB Olavo Bilac, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, a turma já está habituada a elas.
"Com a opção de uma atividade paralela, ninguém tem de abandonar a tarefa incompleta só porque alguns colegas já a concluíram", diz Maévi Nono, professora da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp). Confira o que e quando propor, quais os encaminhamentos, o que observar e o que evitar.
OPÇÕES ESCOLHIDAS COM INTENCIONALIDADE
Brinquedos e massinha são boas ideias para as atividades de passagem
desde que o educador tenha objetivos claros ao ofertá-los aos pequenos.
Vale observar as escolhas deles, se preferem brincar sozinhos ou em
grupo e como manipulam as peças.
Quando propor Esse tipo de atividade deve ser apresentada não só como uma alternativa enquanto a turma aguarda um novo desafio. Existem outros momentos que requerem propostas paralelas: os imprevistos (uma criança se machuca e precisa de cuidados) e as tarefas individuais (como escovar os dentes).
Encaminhamentos Quando a maioria dos pequenos acabar a tarefa, diga que eles podem brincar um pouco enquanto esperam os demais, mas sem atrapalhá-lhos. Indique o material que pode ser usado e o distribua ou libere o grupo para pegá-lo. Explique que, quando a atividade principal for terminada por todos, a rotina deverá ser retomada. "É uma oportunidade para as crianças construírem a noção de que formam um grupo que trabalha junto a maior parte do tempo", diz Maria do Rosário de Souza, da EPG Olavo Bilac, em Guarulhos, na Grande São Paulo.
O que observar Mesmo acompanhando mais de perto os que ainda estão realizando a atividade principal, não deixe de prestar atenção nas crianças que estão lendo ou brincando. Maria Carmen explica que o momento de transição é muito importante para analisar quais os interesses dos pequenos, como eles interagem uns com os outros e se têm mais autonomia.
O que evitar É desaconselhável oferecer várias opções para não dividir a criançada e apresentar livros ou jogos desconhecidos. "A turma não pode depender 100% do educador para brincar, já que ele deve estar mais direcionado a quem ainda não terminou a atividade principal", diz Daniela Munerato, orientadora educacional da Educação Infantil na Escola da Vila, em São Paulo.
Fonte: http://revistaescola.abril.com.br
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