sábado, 11 de fevereiro de 2012

O que fazer quando algumas crianças terminam a atividade antes do que as outras?

Muito boa essa matéria da Revista Escola, quantas vezes ficamos angustiadas quando precisamos dar atenção aqueles que ainda não concluíram a atividade, enquanto os mais rapidinhos terminaram a algum tempo e já estão impacientes tumultando a sala. Não é culpa deles, pois sabemos que crianças precisam de ocupação e além de ocupação, precisam de desafios para não transformar o tédio numa válvula de escape para a indisciplina.

Deixá-las simplesmente esperando ou apressar o restante da turma não é a solução. Conheça propostas inteligentes para entreter a garotada sem atrapalhar a rotina


Na EMEB Olavo Bilac, em São Bernardo do Campo, quem termina a atividade primeiro (à direita) tem livros e jogos
para ler e brincar enquanto espera os colegas que ainda
estão trabalhando com o auxílio da educadora (à esquerda).
Foto: Raoni Maddalena
ATIVIDADES PARALELAS Na EMEB Olavo Bilac, em São Bernardo do Campo, quem termina a atividade primeiro (à direita) tem livros e jogos para ler e brincar enquanto espera os colegas que ainda estão trabalhando com o auxílio da educadora (à esquerda).
Não se trata de falta de planejamento. O ritmo com que os pequenos realizam as propostas que você apresenta faz com que o dia não se desenrole em um compasso perfeito, a ponto de todo mundo fazer a mesma coisa ao mesmo tempo. É claro que organizar as atividades prevendo a duração de cada uma delas é algo a que o educador tem de se dedicar. Porém tão importante quanto isso é planejar sugestões para quem termina as tarefas primeiro com intencionalidade. Isso quer dizer não eleger qualquer coisa somente para distrair a turma, e sim pensar em trabalhos significativos e nas habilidades a serem aprimoradas por meio deles.

Pedir que as crianças esperem os colegas terminar o que estão fazendo não é uma opção (embora muitas sejam submetidas a isso na Educação Infantil). "Se não têm o que fazer, elas ficam entediadas e atrapalham os demais. A situação foge do controle", explica Maria Carmen Barbosa, docente da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

As atividades de transição (ou de passagem) são válidas não só para organizar o tempo como também para as crianças aprenderem a esperar e respeitar o ritmo dos outros. Ambas as habilidades devem ser construídas aos poucos, tendo sempre você como mediador. Na EMEB Olavo Bilac, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, a turma já está habituada a elas.

"Com a opção de uma atividade paralela, ninguém tem de abandonar a tarefa incompleta só porque alguns colegas já a concluíram", diz Maévi Nono, professora da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp). Confira o que e quando propor, quais os encaminhamentos, o que observar e o que evitar.
 Brinquedos e massinha são boas ideias para as atividades
de passagem desde que o educador tenha objetivos claros
ao ofertá-los aos pequenos. Vale observar as escolhas deles, se
preferem brincar sozinhos ou em grupo e como
manipulam as peças. Fotos: Raoni Maddalena
OPÇÕES ESCOLHIDAS COM INTENCIONALIDADE Brinquedos e massinha são boas ideias para as atividades de passagem desde que o educador tenha objetivos claros ao ofertá-los aos pequenos. Vale observar as escolhas deles, se preferem brincar sozinhos ou em grupo e como manipulam as peças.
O que propor Se a sala tem espaços diferenciados, como o canto dos brinquedos e o da biblioteca, vale liberar os pequenos para se divertir neles. Disponibilize também quebra-cabeças, livros, gibis, fantoches, massinha, papel e lápis de cor para desenhar e jogos de montar, entre outros. Na EMEB Olavo Bilac, a educadora Márcia Regina Marques guarda esses materiais em caixas que ficam ao alcance de todos da pré-escola. "Dependendo do número de crianças, organizo um ou dois grupos, não mais do que isso, e distribuo algumas opções", ela explica.

Quando propor Esse tipo de atividade deve ser apresentada não só como uma alternativa enquanto a turma aguarda um novo desafio. Existem outros momentos que requerem propostas paralelas: os imprevistos (uma criança se machuca e precisa de cuidados) e as tarefas individuais (como escovar os dentes).

Encaminhamentos Quando a maioria dos pequenos acabar a tarefa, diga que eles podem brincar um pouco enquanto esperam os demais, mas sem atrapalhá-lhos. Indique o material que pode ser usado e o distribua ou libere o grupo para pegá-lo. Explique que, quando a atividade principal for terminada por todos, a rotina deverá ser retomada. "É uma oportunidade para as crianças construírem a noção de que formam um grupo que trabalha junto a maior parte do tempo", diz Maria do Rosário de Souza, da EPG Olavo Bilac, em Guarulhos, na Grande São Paulo.

O que observar Mesmo acompanhando mais de perto os que ainda estão realizando a atividade principal, não deixe de prestar atenção nas crianças que estão lendo ou brincando. Maria Carmen explica que o momento de transição é muito importante para analisar quais os interesses dos pequenos, como eles interagem uns com os outros e se têm mais autonomia.

O que evitar É desaconselhável oferecer várias opções para não dividir a criançada e apresentar livros ou jogos desconhecidos. "A turma não pode depender 100% do educador para brincar, já que ele deve estar mais direcionado a quem ainda não terminou a atividade principal", diz Daniela Munerato, orientadora educacional da Educação Infantil na Escola da Vila, em São Paulo.

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br

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